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Carioca, 25 Anos, Flamenguista, Engenheira Agrícola feliz e mal remunerada pela UFRRJ, recalcada por não cursar Arquitetura, Cantora frustrada, obsessiva e compulsiva musical, Perfeccionista, exagerada, aspirante à escritora ocasional em momentos de distúrbios e crises emocionais. Romântica nas horas vagas e irônica a qualquer hora, tem mania de hipérbole, e terceira pessoa.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

. Em crise .


Tenho me mantido distante de tudo, inclusive da minha própria consciência. Nada mais é orgânico, e quase tudo é mecânico. Faço não mais por vontade, mas porque deve ser feito. E isso se refere a exatamente tudo. Há pelo menos dois anos não reconheço outros livros além dos de Cálculo, Física, Hidraulica e Construções e há pelo menos um ano eu tenha me cansado disso. Dessa vida não-vida, que eu insisto em viver por uma profissão que nem é aquela que eu escolhi. Não tem uma noite que meu travesseiro passe a seco. E eu fico me perguntando se isso tudo um dia valerá a pena. 

A solidão já se instalou aqui, por mais que a casa esteja cheia, é como se não existisse ninguém. Elas passam por mim como se não me reconhecessem mais e eu finjo que não as vejo, voltar pra minha própria casa tem sido uma tortura diária que eu tenho evitado. Estou tendo insônia quase todas as noites, choro baixo pras que divirem o quarto comigo não ouvirem e nem sei a hora que tenho conseguido dormir, no dia seguinte as pálpebras inchadas e as olheiras não me enganam, mostram realmente que não foi sonho. 

Tenho me mantido firme até aqui, mas não sei até quando eu vou aguentar. A sensação de solidão só faz aumentar e a cada dia que passa, basta eu parar pra pensar que eu logo penso em parar. Mas aí mais uma vez eu lembro de que fugir de tudo como eu sempre fiz, não tem sido a melhor opção.