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Carioca, 25 Anos, Flamenguista, Engenheira Agrícola feliz e mal remunerada pela UFRRJ, recalcada por não cursar Arquitetura, Cantora frustrada, obsessiva e compulsiva musical, Perfeccionista, exagerada, aspirante à escritora ocasional em momentos de distúrbios e crises emocionais. Romântica nas horas vagas e irônica a qualquer hora, tem mania de hipérbole, e terceira pessoa.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

. Independência .

O feminismo certamente foi o responsável por profundas mudanças sociais e comportamentais. Por causa do triunfo de seus ideais que estudo, moro sozinha e ainda não casei. Se minhas amigas nunca tivessem queimado sutiãs, provavelmente agora eu estaria em casa tricotando um colete pro meu marido pançudo enquanto cuidava, à beira da insanidade, dos nossos três filhos gordos. Mas o tempo passou, a sociedade mudou, as mulheres já não precisam mostrar os dentes feito feras para fazer o que querem da vida: é só fazer. O problema é que todo esse esforço por libertação deixou um certo rancor residual, uma necessidade insaciável de provar auto-suficiência, um comportamento defensivo e acusatório perante os homens. E, como conseqüência, formou-se uma geração de mulheres que vagam por aí, carentes e incapazes de pedir carinho, tão poderosas quanto sozinhas.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

. Um dia...

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima, de angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue sua a vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe... nos e-mails trocados. Podemos nos telefonar, conversar algumas bobagens... Aí os dias vão passar, meses... anos... até esse contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo... Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão? Quem são aquelas pessoas? Diremos... Que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo.E entre lágrimas nos abraçaremos. Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado. E nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades seja a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

. Nossa Rural .

O que posso dizer sobre você ou a senhora, 
Que existe não é de agora e há tempos faz a sua glória. 
Seus prédios, tuas matas, seus bichos, tuas gatas. 
Suas Festas, tua história, teu passado, sua mamória. 
Quem entra não quer sair, quem sai quer voltar, 
Das salas de aula às mesas de bar. 
Brindo as amizades que pudestes me arrumar. 
A natureza canta a tua beleza, és a mais bela com certeza. 
E mesmo que passasse o tempo não te esqueceria, 
Basta apenas um momento pra me lembrar das alegrias. 
És linda sem duvida alguma, igual a ti não há nenhuma. 
Ao amanhecer o Sol expõe a tua beleza, 
Pelas noites e belas festas com certeza. 
Tua magia encanta quem te vê, 
eu sou mais uma apaixonada por você. 
Sei que não sou a única e jamais poderia ser. 
Homenagear-te é o mínimo que posso fazer.
 Sou feliz por fazer parte de você. 
Isso são apenas palavras para expressar o meu amor. 
Dos teus próprios campos ó Rural, és a mais bela flor.

domingo, 5 de setembro de 2010

Mais da metade

Em 2007 tudo seria uma surpresa, não sabia o que estava por me esperar. Novas emoções, novas experiências e amizades que eu levaria pra toda uma vida e pra depois dela também. Histórias de convívios diários com pessoas novas que se tornariam a sua família durante pelo menos 5 anos. Saí de casa em busca de gente nova, idéias pra trocar, e realmente eu as fiz, amizades dos quatro cantos desse Brasil, gente nova pra tudo que era lado! Mas "gente nova" só é nova por um dia, amanhã serão apenas pessoas comuns capazes de fazerem ir ou chorar. É inevitável.

Em 2008 tudo se torna mais confuso, "Engenharia é o que eu realmente quero pra minha vida?", me perguntava incessantemente todos os dias, e antes de dormir eu pensava "Isso não é pra mim, Arquitetura é o meu sonho, devo correr na frente dele!!!". Foram 2 períodos perdidos, não digo desperdiçados porque conhecimento nunca se desperdiça, mas seriam dois períodos de arquitetura que me custariam muito caros! 

Em 2009 o retorno da consciência, é na engenharia que devo ficar, não posso me dar ao luxo de largar tudo agora por um sonho que eu nem sei se eu realmente quero realizar. Em 2009 a minha primeira perda, os que eu achei que fossem ficar pra sempre começam a formar, em 2009 soube o que é saudade de verdade, um para Minas outro pra Goiás, a vida é assim. Numa faculdade como a rural então, pude me iludir que tudo seria pra sempre, me esquecendo que "pra sempre" é tempo de mais.

Já estamos em 2010, mais da metade do percurso foi trilhado, estou no Oitavo período de Engenharia, me esforço pra recuperar dois períodos que foram deixados pra trás a algum tempo, corro contra o tempo pra me formar no tempo certo, tento ultrapassar os limites que eu mesma sempre me coloquei, me supero em coragem, força de vontade e vontade de vencer. As pessoas continuam indo e vindo, umas formando, outras trancando, algumas simplesmente sumindo, e gente nova continua chegando a todo tempo, a vida não pára. Todo final de período é a mesma sensação de menos um e todo inicio a mesma sensação de mais um. E quando me perguntam se isso tudo vale a pena, se eu estou feliz ou serei feliz no que faço, me dou conta realmente não se pode prever o futuro e que o futuro é agora. 

Faço o que faço e me orgulho de tudo o que fiz sem esperar recompensa alguma, posso não estar completamente realizada na carreira que resolve seguir, mas me conformo quando penso que tudo poderia ser diferente e eu poderia não ter conhecido todos os que hoje fazem parte da minha história, todos os que já chegaram e já se foram. Me conformo quando vejo tantos que gostariam de estar em meu lugar e não podem. E quando me perguntam " Engenharia é o que você realmente quer pra sua vida?" me dou conta que essa pergunta ainda continua sem resposta. E que venha 2011!!!

- Jenny Guimarães - 
Engenharia Agrícola 2007/ I - UFRRJ
Instituto de Tecnologia - Departamento de Engenharia
jennifer_ufrrj@yahoo.com.br